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[TP 4] Reconhecimento, Estratégias e Partido

  • Foto do escritor: Lia Soares
    Lia Soares
  • 1 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 19 de nov. de 2020

Nota: todos os mapas do Distrito Federal aqui apresentados foram criados pela autora a partir de dados georreferenciados disponibilizados no Geoportal DF.


Contextualização


A área a ser trabalhada no projeto de urbanismo desta matéria é o eixo sudoeste do Distrito Federal, nos arredores da Estrada Parque Taguatinga (EPTG). É a área com maior densidade habitacional da região, com cerca de 1 milhão de habitantes nas Regiões Administrativas que circundam a EPTG - Águas Claras, Ceilândia, Guará, SIA, Taguatinga e Vicente Pires (PDAD 2018).

O histórico de tal ocupação urbana foi analisado nos posts referentes ao TP1 deste blog.


Problemática


A questão escolhida para análise e para basear o desenvolvimento do projeto foi a falta de conexão entre as unidades ambientais presentes na região abarcada pelas RAs de Vicente Pires e Águas Claras, com enfoque nos riachos que desaguam no córrego Vicente Pires, e também a busca de uma solução para os diversos problemas ambientais gerados pela ocupação desordenada da região, especialmente próximo aos córregos.

A EPTG é uma estrada de trânsito rápido, com duas pistas de quatro faixas cada e uma marginal de duas faixas de cada lado, totalizando mais de 100 metros de largura. Se torna, portanto, um grande divisor do tecido urbano, recortando o terreno e dificultando ligações na paisagem que a cerca. Essas ligações não se limitam à ocupação humana, mas também ao que restou de natureza nativa na região.

Segundo o Geoportal DF, existem 13 conectores ambientais no Distrito Federal, os mais próximos à EPTG sendo os concetores Reserva Guará/Riacho Fundo e Taguatinga Ipê. Apesar dessa indicação, essas conexões também são cortadas por vias de trânsito rápido, passando por um grande afunilamento sob pontes que tem a extensão quase que exata do córrego que perpassam, ou então são completamente interrompidos pela via, sem um caminho possível para a travessia de animais silvestres e sem a verdadeira conexão entre essas áreas. Esse padrão se mantêm em todos os cruzamentos entre via e conector ambiental.

Imagens de satélite. Fonte: Google Earth.


A falta de planejamento na forma como o ambiente construído pelo homem interage com a natureza também influencia em vários problemas que a RA de Vicente Pires sofre hoje, inclusive o que mais se destaca todos os anos, na época da chuva.

Colagem com manchetes diversas sobre Vicente Pires.

Fontes a partir do Google News: Correio Brasiliense, G1, R7.


A ocupação irregular da área gerou problemas no reabastecimento dos lencóis freáticos (impermeabilização do solo), aumentou a área sujeita a erosão (desmatamento, solo exposto), e por conseguinte houve grande perda de vegetação nativa. A água não é absorvida e alaga as áreas mais baixas da cidade.


Proposta


Em busca de uma conexão entre as RAs por meio do paisagismo (no sentido de se planejar a paisagem), e também a solução das questões ambientais geradas pela ocupação não regularizada da área de Vicente Pires, está sendo proposto a criação de um parque ecológico ao longo do córrego Vicente Pires e seus afluentes, estabelecendo ligações entre áreas verdes já existentes na região, como o Taguaparque e o Parque Ecológico de Águas Claras. A conexão pode ser extendida até o Córrego do Valo, cujas margens ainda estão bem preservadas.

O Córrego do Valo deságua no Vicente Pires, que por sua vez flui entre a divisa entre as RAs Parkway e Guará, recebendo mais três afluentes (córregos Vereda da Cruz, Arniqueiras e Vereda Grande), desagua no rio Riacho Fundo, que então desagua no lago Paranoá. Esse sistema hidrográfico possui grande potencial paisagístico, e até mesmo hidroviário, porém neste trabalho o enfoque será dado à região mais próxima ao trecho da EPTG que separa Vicente Pires e Águas Claras.

A estratégia proposta é o alargamento da área verde ao redor dos percursos de água, com sua valorização paisagística, propondo o uso recreativo dessas áreas em torno do programa de parque ecológico. Também é proposta a arborização de áreas com muito solo exposto, como partes do Taguaparque e da área em frente ao Parque Ecológico de Águas Claras, e o estabelecimento de reservas e/ou parques ecológicos em áreas de cerrado já existentes, ainda preservadas.

A princípio foram escolhidas três áreas de interesse, que serão tidas como modelo para a intervenção como um todo: a área da nascente do córrego Vicente Pires, por ser uma nascente e uma das áreas com mais perda de recarga de aquífero e, portanto, baixa absorção de água; o trecho de conexão proposto entre um dos afluentes do córrego e uma área próxima ao entroncamento EPTG - EPCT (Estrada Parque do Contorno), para exemplificar como a conexão atravessaria uma área já ocupada e o planejamento da área vaga; e o trecho em que a EPTG cruza o córrego, com o objetivo de desenvolver uma proposta que realmente estabeleça um conector ambiental integrado, alargando as margens do rio, aumentando o viaduto e erguendo a EPTG.


Referências Bibliográficas


SEDUH - SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E HABITAÇÃO. Geoportal - DF. Disponível em: https://www.geoportal.seduh.df.gov.br/mapa/. Acesso em 02 nov. 2020.

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